Foi publicada recentemente no site do Dieese a Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal. Ao fazer menção pelo Dia da Consciência Negra, a pesquisa aponta que a População Negra se encontra mais presentes no mercado de trabalho em ocupações mais precárias do que a população não negra, isto é, com ausência de proteção social, jornadas de trabalho mais extensas e menores remunerações.
Este estudo é fruto de parceria entre o Dieese, a SEDESTMIDH e a Codeplan, e trata sobre a realidade da População Negra no mercado de Trabalho do Distrito Federal. De acordo com a População Economicamente Ativa (PEA) total do DF, a PEA negra ocupa 73,7%, porém ainda assim o segmento populacional convive com níveis alarmantes de desemprego, como 18,1% da população negra e 15,7% dos não negros. Vale enfatizar que o grupo de mulheres negras tem a taxa mais elevada em comparação com os demais recortes populacionais de raça/cor, em 17,2%.
Em relação à Ocupação, Serviços é o único setor em que ocupados negros estão em menor proporção, com 71,9% e 76,2% dos ocupados não negros. Os negros ocupam, nos setores de Construção e Comércio respectivamente, 5,1% e 18%.
O setor público é o menor em questão da presença de negros, cuja hipótese a ser tratada é a menor escolaridade da população negra, já que os cargos nesse setor são atribuídos através de concurso público. Como suposição a ser analisada, pode enfatizar também a hierarquia de cargos que compõe os empregos dos negros e não negros, onde provavelmente os cargos de liderança são geralmente ocupados pelos não negros.
E isso vale especialmente aos rendimentos do trabalho, cuja desigualdade estrutural se estabelece entre os segmentos populacionais e posição na ocupação, que se mantiveram, em dados de 2015 e 2016. As desigualdades mais severas se atribuem ao gênero, onde mulheres negras recebiam, em média, apenas 48,2% do rendimento médio do homem não negro, o que enaltece de forma demasiada o contraste da realidade exposta.