A Pesquisa de Emprego e Desemprego divulgada nesta terça-feira, 29/10, especial sobre empreendedorismo aponta que a quantidade de empreendedores é de 21,7% do total de ocupados no Distrito Federal. Um contingente de maior que de servidores públicos, e superado apenas pelos assalariados do setor privado, que somam 42,2% do total de empregados no DF.
Nos últimos 12 meses, o setor gerou seis mil novos empregos, enquanto o emprego público eliminou sete mil postos de trabalho. O índice de autônomos aumentou de 63,2% para 67,1%, na comparação entre o primeiro semestre de 2018 e o mesmo período deste ano. Já os números de donos de negócios familiares, empregadores e profissionais liberais caíram no DF.
O levantamento ainda apontou que 42% das atividades empreendedoras do DF se concentram nas regiões de média e baixa renda, que incluem as regiões administrativas de Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, SIA, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião. Seguida, com 31,4%, pelas RAs de média e alta renda: Águas Claras, Candangolândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Sobradinho, Sobradinho II, Taguatinga e Vicente Pires.
Setores – Na análise por setores de mercado, a pesquisa detectou que a atividade empreendedora aumentou sua participação principalmente no segmento dos serviços (de 52,4% para 53,2%) e retraiu no comércio (de 26,8% para 24,8%) na comparação entre o 1º semestre de 2018 e o 1º semestre desse ano.
Em sua maioria, os empreendedores são homens (62,7%), negros (65,7%), têm entre 25 e 39 anos (35%) e são os principais responsáveis na condução de suas famílias (59,3%).
A escolaridade foi outro atributo analisado e mostra que quase dois terços dos empreendedores tinham concluído, no mínimo, o ensino médio (65,2%), isto é, 39,3% tinham o ensino médio completo e 25,9%, o ensino superior completo. Ainda assim, um quinto não havia completado o ensino fundamental.
Segundo o levantamento, que faz parte das séries especiais da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela secretaria de Trabalho, Dieese e Codeplan, 67,1% dos empreendedores locais no primeiro semestre de 2019 trabalhavam como autônomos. Em seguida, vinha a categoria dos empregadores, 17,9%; logo depois, profissionais liberais, 9,1% e, por último, donos de negócio familiar, 5,9%.
Os empreendedores ganhavam, em média, no primeiro semestre de 2019, R$ 3,1 mil. O valor é menor do que o registrado nos primeiros seis meses do ano passado, quando o rendimento médio era de R$ 3,3 mil. Esses trabalhadores ganham mais do que os empregados no setor privado, que tem uma média de ganhos de R$ 2 mil. No entanto, é menos da metade da renda média do servidor público, de R$ 8,3 mil.
Em uma leitura realista o secretário do Trabalho, João Pedro Ferraz disse: “A medida em que aumenta o desemprego e diminuem as vagas formais, naturalmente, as pessoas procuram outras formas de produzir renda, tentando empreender”, confirma Ferraz.