Uma Audiência Pública na Procuradoria Regional do Trabalho do Distrito Federal, reuniu lideranças femininas de empresas públicas e privadas com representantes do governo do Distrito Federal e do Ministério Público do Trabalho para analisar o mercado de trabalho e a mão de obra feminina. A Audiência Pública marcou as ações estratégicas, voltadas ao mercado de trabalho, no segundo semestre de 2018.3
A Procuradora do Trabalho do DF, Ludmila Reis Brito, que integra o grupo de trabalho de Gênero e representante regional da Coordenadoria de Igualdade vai editar um documento com as principais informações apresentadas pelos palestrantes. Será uma cartilha distribuída para os setores envolvidos em assuntos trabalhistas.
Segundo o próprio MPT, baseado em dados do Instituto Locomotiva e do IBGE, os números impressionam: As mulheres recebem 77% do salário dos homens, em um universo de 107 milhões de mulheres no Brasil. Em 20 anos, dobrou o número de mulheres chefes de família e mais 8,3 milhões de brasileiras passaram a integrar o mercado de trabalho ; a variação saltou de 34% para 113% de carteiras assinadas e elas movimentam por ano, R$ 1,787 trilhões.
Apesar dessa evolução é gritante a desigualdade entre homens e mulheres nos ambientes de trabalho.
No Brasil, a remuneração média do homem é de R$ 2.408,00 contra R$ 1.863,00 da mulher. E em relação as mulheres negras, a diferença é ainda maior. Uma mulher branca tem uma renda média de R$ 2.331,00 enquanto o homem recebe R$ 3.137,00. A mulher negra ganha em média R$ 1.366 contra R$ 1.740,00 dos trabalhadores.
A equiparação de salários, injetaria R$ 461 bilhões na economia, dados projetados até abril de 2018, seguindo o INPC.
Essa discussão da realidade do mercado visa, oportunizar a valorização, vencer o preconceito e casos de violência nas relações de trabalho, que já atingiram 43% das trabalhadoras brasileiras que, além de trabalhar fora, têm ainda, segundo estudos, 92 horas à mais com os afazeres domésticos ou cuidados com outras pessoas.
Após a maternidade, 48% das mulheres saem dos postos de trabalho, nos primeiros 12 meses após terem os filhos.
Foram essas informações que mulheres empreendedoras, voluntárias, empresárias, e representantes de grande marcas e empresas, discutiram e avaliaram programas estratégicos criados por algumas dessas empresas para criar um ambiente favorável para a produção e o bem estar permitindo a evolução da mulher no emprego e assegurando as vagas criadas para o público feminino no mercado de trabalho.
A Secretária da Sedestmidh, Ilda Peliz destacou a importância de capacitar e incentivar o empreendedorismo e assim, valorizar a capacidade de geração de renda da mulher, ações que são priorizadas na secretaria de Estado do Trabalho.
No Distrito Federal, a mulher microempreendedora, que toma financiamentos da linha Prospera é responsável pela geração de rendas de 51% das famílias no Distrito Federal.
Por Claudia Miani