Secretaria de Trabalho prevê que o índice de desemprego vá cair novamente, mas especialista acredita numa reversão do quadro econômico ruim só no fim de 2017
postado em 16/11/2016 06:00
Vera Batista , Francisco Marques
Índice está quase 4 pontos percentuais acima do aferido em 2015
A taxa de desemprego em Brasília deverá cair pelo quarto mês consecutivo, segundo previsão da Secretaria Adjunta de Trabalho do Distrito Federal. O otimismo da pasta tem como base um cenário de maior estabilidade na economia, em parte, em razão do pagamento em dia dos salários pelo governo, incluindo o 13º. Programas como o Prospera, de concessão de empréstimo orientado para pequenos empreendedores informais e microempresas sem acesso ao sistema financeiro tradicional, também são apontados como causa da sequência de índices positivos. No entanto, especialista acredita que o cenário econômico na capital ainda não permite comemoração.
Os que estão fora do mercado de trabalho ainda vão se deparar com contratempos. A taxa de desemprego no DF, de 18,4% em setembro, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego da Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan), teve leve queda em relação a agosto (18,9%), mas continuou maior que a de setembro de 2015 (14,6%). No Brasil, o índice do trimestre encerrado em setembro ficou em 11,8%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
Na avaliação do economista José Matias-Pereira, especialista em finanças públicas da Universidade de Brasília (UnB), é preciso ter cautela ao analisar a melhora nos dados. “Quando se olha a conjuntura nacional como um todo, e o Distrito Federal faz parte dela, qualquer manifestação no sentido de que as coisas vão melhorar é algo que caminha na contramão da realidade”, afirma. Segundo ele, a cidade, que não conta com forte setor industrial, tende a enfrentar ainda muita dificuldade daqui para frente, como todo o resto do país.
“Os indicadores econômicos apontam que uma possível retomada da economia somente ocorrerá no início do quarto trimestre de 2017”, diz Matias-Pereira.
Incentivo
“Nossos servidores respondem por uma boa parcela do consumo. Temos honrado o compromisso de não atrasar salários e isso transmite segurança para os gastos de fim de ano, por exemplo”, declara o secretário adjunto do Trabalho, Thiago Jarjour. “Até o fim do ano, teremos liberado R$ 9 milhões, fortalecendo os nossos empreendedores, que acabam gerando mais empregos”, completa. Ele cita, além do Prospera, o Qualifica Mais Brasília, outra iniciativa do GDF que oferece 21 cursos de capacitação profissional a distância e registrou 30 mil matrículas, três vezes mais do que o previsto.
18,4%
Taxa de desemprego no DF em setembro, medida pela Codeplan