O maior programa de inclusão profissional e social do Brasil
Imagine você ter que deixar os seus estudos, a sua casa, seus amigos, sua cidade e, até mesmo, sua família. Tudo isso por um único objetivo: Sobrevivência! Essa é a realidade de muitos imigrantes que cruzam as fronteiras de seu país, fugindo de perseguições, da fome e da falta de esperança de um futuro melhor.
Marielis Rojas, que viveu isso na pele conta um pouco de sua luta. “A pessoa só sai de seu país porque precisa e necessita. Eu por exemplo, eu passei fome, tive que comer restos do lixo, passei dias e semanas caminhando para chegar até aqui, no Brasil”, comenta a venezuelana. O compatriota de Marielis, Eliasar Rives, concorda com a amiga. “Acho que ninguém quer sair de sua casa, deixar tudo que tem e, depois, ir embora”. Cabisbaixo, Rives continua sua história, “minha mãe morreu porque não tínhamos dinheiro para fazer uma cirurgia. Vimos que não dava mais pra ficar em meu próprio país, decidi vir para o Brasil porque, aqui, as pessoas nos dão oportunidade, é um país muito acolhedor. Já meu pai foi para Colômbia com meus irmãos” conclui.
O imigrante, em qualquer lugar do mundo, enfrenta muitas barreiras – da cultura, do idioma e as vezes até preconceito – mas aqui no Brasil por ser um Pais humanitário, eles têm se sentindo como se estivessem na sua própria casa. No entanto, com a pandemia, a possibilidade de emprego para todos passou a ser bem difícil, para o imigrante tornou-se quase impossível.
Mas, o lema para quem já passou por tantas provações não é desistir. Cerca de 50 imigrantes, entre eles alguns refugiados, decidiram se inscrever no curso de qualificação profissional Renova DF, da Secretaria de Trabalho, e isso mudou a perspectiva de vida de cada um deles.
Uma dos que foram contemplados, Coa Onexis Delvale, exemplifica a importância do programa. “Estou dando graças a Deus por essa oportunidade do Renova, agora posso ajudar a minha família, que está na Venezuela. O mais difícil é a saudade, morro de saudade deles”, confidencia, Coa. Essa também é a situação de Brenda Gonzáles. “Hoje, o que ganhamos aqui, temos que mandar parte para minha família, porque nossos familiares que ficaram lá, estão em situação bastante difícil”, fala de forma emotiva, Brenda.
As lembranças de um passado tão recente, deixa cada um dos imigrantes com semblante de tristeza e preocupação, mas quando o assunto é sobre o programa de qualificação da Secretaria de Trabalho, no rosto de cada um deles aparece um sorriso de alívio e nas palavras um agradecimento especial. “Estou muito agradecida pelo programa Renova que nos incluiu”, diz Lici Blanco Arai. “ Quero primeiramente agradecer por poder desfrutar desse apoio, porque além de nos pagar para fazer esse curso, a gente tem aprendido uma profissão que não conhecíamos antes”, explica, Jennifer Espita, com um sorriso de gratidão.
Para alguns, esse programa qualifica pessoas, para outros, gera emprego e renda e revitaliza espaços públicos, mas, para esse grupo de imigrantes o programa renova suas esperanças em dias melhores.